Como muitas meninas sempre tive o sonho de fazer intercâmbio e morar, mais precisamente, nos Estados Unidos. Em 2007, após muitas pesquisas acabei conhecendo o programa Au Pair e decidi me inscrever. Depois de fazer todos os tramites com a agência quanto à documentação, testes de inglês, application e conversar com famílias, embarquei em março de 2008 para Royersford na Pensilvânia.
Royersford e uma cidade pequena que fica a mais ou menos 20 minutos de Filádelfia. Encontrei uma família incrível, cuidava do Patrick e da Riley, um casal de gêmeos que tinha 3 meses quando eu cheguei.
Minha rotina era alimenta-los, trocar fraldas, brincar, tudo relacionado aos cuidados diretamente com os bebês entre 8h e 18 h. Eu não tinha o que reclamar relacionado a família, mas na época eu tinha 19 anos e minha vida social no Brasil era agitada e chegando nos Estados Unidos me deparei com maioridade 21 anos.
Eu não tinha carro para usar e como a cidade era pequena não tinha transporte publico, o me curso de inglês começaria só na próxima temporada e para completar, na época ainda tinha o namorado no Brasil. No começo foi um pouco difícil por que as amizades que fiz eram com garotas acima dos 21 anos o que me deixava de fora de muitos programas.
Todos esses fatores me fizeram desistir do programa. Conversei com minha família americana e brasileira, e ambas entenderam meu lado e assim após quase 6 meses voltei para o Brasil. Tenho contato com minha host family até hoje e uma relação muito legal com eles.
Para as garotas que irão participar do programa, minha dica é sempre manter um diálogo e sinceridade entre você e sua host family! É um dos pontos mais essenciais para a adaptação e confiança mútua.
Voltei para o Brasil, comecei a cursar Administração de Empresas e trabalhar com Comercio Exterior. Após 4 anos na área percebia a cada dia que precisava melhorar meu inglês. Em julho deste ano, voltei para o país e encontrei uma outra família maravilhosa que me acolheu super bem. Atualmente eu moro em Patchogue, uma cidade que fica na ilha conhecida como Long Island, estado de Nova York.
A cidade está situada a cerca de 60 minutos de Manhattan de carro e 90 minutos de trem. Eu moro com a família Bennett e cuido do pequeno Tripp que vai completar 2 anos em dezembro, da Madison que tem 11 ano e futuramente eles vão ganhar um irmãozinho que está previsto para nascer em dezembro.
Minha rotina como Au Pair começa às 8h da manhã cuidando das crianças, alimentando, dando banho, trocando fraldas e interagindo entre elas. A Madison, mesmo com apenas 11 anos, me ajuda muito. Brinca com o irmão mais novo e está sempre presente. Ela me trata como se eu fosse a irmã mais velha e quer que eu esteja presente nas coisas que ela faz, gosta de me mostrar as coreografias novas que aprende na aula de dança, pede para eu ensiná-la a se maquiar, gosta que eu a leve nos playdates. Normalmente meu dia de trabalho termina 5h30 da tarde quando meu hostdad chega em casa.
Além do trabalho, tenho aula todas as segundas e quartas, eles me disponibilizam um carro que posso usar a hora que eu quiser e ir para onde eu quiser, tenho amigas que moram perto de mim, outras que moram em outras partes de Nova York e como todos os meus finais de semana são de folga, sempre estou viajando ou indo para Nova York com as outras Au Pairs.
Quando conto minha historia, muitas pessoas me perguntam se me arrependo de ter desistido do programa na primeira vez e minha resposta e sempre “Não”. Eu acredito que tudo acontece na hora certa. Em 2008 eu tinha 19 anos e me achava madura o suficiente para o desafio, quando cheguei aqui, vi que eu não era nem metade do que imaginava. Claro que cada caso é um caso, mas minha adaptação no início foi difícil.
No Brasil eu passei por tudo que precisava! Me formei na faculdade que era uma das minhas metas, namorei por cinco anos e aproveitei ao máximo. Agora estou nos Estados Unidos a 3 meses e, tenho cada dia mais certeza que está sendo a hora certo e eu estou aproveitando cada segundo.
Ser Au Pair não é não ter problemas e ser 100% do tempo feliz. Se com a nossa família no Brasil nos temos alguns problemas, imagina com uma família que você está se tornando parte.
Se no nosso emprego no Brasil nos temos problemas, imagina quando você mora aonde trabalha. O que quero dizer e que muitas famílias vão fazer com que você se sinta parte dela, digo isso porque com minhas duas famílias americanas me fizeram sentir assim.
Vida de Au Pair é uma montanha russa! Tem os dias que você se sente a pessoa mais feliz do mundo, tem os dias que a homesick aperta, que acontecem alguns imprevistos com a família que te irritam e você só pensa “O que que estou fazendo aqui?”, “Quero minha família de verdade!”, “Será que preciso passar por isso mesmo?”
Aquele dia que junta tudo isso mais TPM e você quer jogar tudo para o alto, mas acredite o sorriso e vários beijos das suas kids, um abraço da sua hostmum ou um Thank you! We are happy to have you here! do seu hostdad, faz esses pensamentos irem embora.
Para fazer parte deste programa é preciso ser flexível e saber balancear as situações.
Edna Grandchamps é de Taubaté, São Paulo, e participa do programa AuPair em Patchogue, nos Estados Unidos.
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