Quem visita Alter do Chão logo pensa nas praias de água doce dos rios Tapajós e Arapiuns que podem ser facilmente confundidos com mar.
O pequeno distrito pertencente a grande Santarém no oeste do Pará, ganhou destaque quando foi eleito o destino com uma das praias mais bonitas do Brasil pelo jornal inglês The Guardian. Mas, não é só de praia que vive Alter do Chão.
Fizemos um passeio ainda pouco explorado na região, mas que proporciona uma imersão a cultura dessa pequenina região paraense! A gente adora visitar comunidades e conhecer de perto como a vida dos moradores nas regiões que visitamos!
A comunidade de Coroca fica a 2 horas de Santarém via trajeto de barco. Fica margem esquerda do Rio Arapiuns e, ATUFA (Associação de Turismo Fluvial de Alter do Chão), realiza esses tours e é necessário verificar com antecedência para agendamento. O valor pode ser de R$150* por pessoa em um barco com ocupação de 4 pessoas.
A Coroca existe há 41 anos e hoje conta com 19 famílias morando no local. O acesso é difícil, visto que o barco disponibilizado pelo Governo para transporte tem um trajeto de 4 a 6 horas até Santarém. Basicamente a comunidade vive hoje de apicultura, artesanato e claro, do turismo!
A praia da chegada é linda e totalmente deserta, o que vai garantir um bom banho de rio na comunidade. Depois a ideia é partir para o almoço no único restaurante da comunidade que serve comida caseira e produzida por lá mesmo. Peixes como tambaqui, matrinxã, pirapitinga, pirarucu, surubim e filhote que são os mais amados da região, poderão ser servidos à mesa.
Claro que o cardápio depende do que terão no momento. A galinha caipira também é um dos principais pratos servidos, acompanhando também arroz branco, feijão bem paraense e farofa regional. Para beber um suco de Cupuaçu fresco. Um almoço delicioso com culinária regional e totalmente caseira!
Criação de Tartarugas da Amazônia
Seguindo uma pequenina trilha próximo ao restaurante da comunidade, vamos até um imenso Lago da Caroca onde há criação de quelônios! Ao perguntar sobre a espécie disseram que eram “Tartarugas da Amazônia”.
Quando chegamos o lago parecia vazio e avistamos poucas cabecinhas boiando lá. Depois entramos em uma balsa não motorizada puxada por corda e com capacidade para umas 8 pessoas, mais ou menos, e foi aí que as “tartarugas da Amazônia” começaram a brotar aos montes!
Quando começamos a alimenta-las, mais de 80 tartarugas de diversos tamanhos se amontoavam lado a lado. Uma paisagem muito bonita fazendo contraste com as belezas do Rio Arapiuns! Valor para fazer esse passeio é de R$20* que ajudam a manter a comunidade.
Trilha até a criação de Apicultura
De volta ao restaurante, seguimos para outra trilha que leva a criação de abelhas. A maior parte da criação são de abelhas da espécie Jandaíra que é uma abelha inofensiva que não tem ferrão. São poucas caixinhas com criação de mel local e em uma delas fica um vidro aonde é possível observar as abelhas trabalhando.
Durante esse trajeto ainda ouvimos histórias do folclore local. A Dona Neida que nos recebeu contou dos possíveis encontros dos familiares com a Curupira!Na história, que ela jura de pé juntos que é real, o pai dela caçava por essas matas aonde ficam as trilhas que passamos e sempre nessas caçadas pedia permissão para a Curupira e depois que consegui a caça como pedido, ele deixava uma garrafa de cachaça como agradecimento. No dia seguinte, cachaça não estava mais no local!
Além disso contaram que a trilha para a criação de abelhas foi refeita diversas vezes porque a Curupira destruía de madrugada e a abertura da trilha tinha que ser refeita! História ou caso real, é muito interessante vivenciar esses momentos na Comunidade Coroca.
Artesanato conhecido mundialmente
Conhecido no Brasil e em todo o mundo como “Trançado do Arapiuns”, as mulheres da comunidade produzem peças a partir das palhas do tucumãzeiro – palmeira espinhosa local. Dessa palha são feitos diversos produtos como descanso para pratos, panelas, cestas, fruteiras, porta-joias, porta-copos, dentre outras coisas.
Na lojinha dos Trançados ainda é possível encontrar o mel produzido pelas abelhas Jandaíras e cuias para consumo de açaí e sobremesas também retirada de árvores. Toda a compra é feita em dinheiro e as peças variam bastante de preços! Compramos uma cesta/fruteira grande por R$36.
Parada para banho no Rio Arapiuns
Depois que saímos da comunidade com destino a Santarém, paramos em um banco de areia e pequena praia deserta para se refrescar no rio. Nesse tipo de passeio é possível fazer paradas para banho totalmente exclusivas.
Onde se hospedar em Coroca?
A hospedagem é feita somente na casa dos moradores e pode ser feita via Booking.com aqui. É muito importante ressaltar que a visita deve ser sempre avisada aos moradores da comunidade.
Como chegar na comunidade de Coroca?
Basta procurar as embarcações no Mercadão 2000 que fazem linha até a comunidade, que no caso seria esse trajeto de 4h a 6 h ou, para facilitar, agendar com a Associação de Turismo Fluvial de Alter do Chão (ATUFA), que tem lanchas para passeios até lá. Telefone da ATUFA: (093 99182-7250)
Confira valores por pessoa (Novembro 2019)
Almoço em Coroca
Refeição R$30 (a partir de 4 pessoas)
Refeição R$40 (até 3 pessoas)
Refeição R$60 (até 2 pessoas)
Hospedagem na Coroca
Redário – pernoite: R$30 por pessoa
Café da manhã – R$10 por pessoa
Passeios na Coroca
R$20 por pessoa e inclui: lago das tartarugas, miliponário e artesanato local.
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O blog Viagens e Rotas viajou para Santarém e Alter do Chão, no Pará, a convite da Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Turismo (Semtur), em parceria com o Governo do Estado do Pará e da Secretaria de Estado de Turismo (Setur)
*Valores podem ser alterados sem aviso prévio.
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