Nossa viagem para o Uruguai teve o único objetivo de fazer Enoturismo pela região mais próxima a capital.  Além das vinícolas de Montevidéu, capital do país, exploramos as vinícolas em duas outras cidades: Canelones que fica a 50km (45 minutos a 50 minutos) de Montevidéu e Carmelo que fica a 241km (aproximadamente 3 horas) de Montevidéu.

O ideal é alugar um carro de preferência com motorista para explorar as vinícolas. Ainda mais levando em conta que a Lei Seca é extremamente rígida e, por ser necessário rodar por rodovias, não daria para fazer a rota dirigindo e ainda participando das degustações. 

Para economizar, o ideal seria escolher o motorista da rodada e tentar fazer a rota de uma forma que alguém tenha que se sacrificar no grupo de forma rotativa. Até para gastar menos com o transporte. Para alugar um carro em Montevidéu, basta consultar no buscador com melhores preços, Rentcars que garante melhor preço e ainda parcela o aluguel em até 12 vezes sem juros.

Há agências que também disponibilizam vans, mas muitas vezes o viajante pode acabar preso no roteiro e não conseguir conhecer muitas opções de vinícolas a fundo.  Pela nossa experiência, é possível conhecer até 3 vinícolas por dia tranquilamente e participar de todas as degustações.

Com exceção da Casa Chic e da Narbona, duas vinícolas de Carmelo, todas as outras que visitamos fazem parte da Associação Los Caminos Del Vino.

Confira nosso roteiro

Dia 1

Vinícola Bouza

A Bouza é uma vinícola familiar proveniente da descendência de espanhóis da região da Galicia. Ela fica localizada em Montevidéu e tem o restaurante como um dos pontos fortes do enoturismo do país.

Lá aprendemos que para o Uruguai as melhores safras de vinhos uruguaios foram dos anos de 2011, 2015 e 2018. A vinícola recebe 40 mil visitantes por ano, sendo 90% brasileiros.

No restaurante experimentamos o menu experiência que é harmonizado com os principais vinhos da casa, além de também termos passado pelo local de degustação aonde ficam carros antigos que fazem parte de uma coleção da vinícola Bouza.

Recomendamos almoçar por lá a opção de menu experiência com 5 passos e 5 vinhos ao comando do chef Laurent Lainé, um dos chef jurados do Masterchef Uruguay.

É necessário fazer reserva para degustação ou experiência de almoço Segue no instagram @bodegabouza e entre no site.

Antigua Bodega

Uma vinícola familiar de 1928, a Antigua Bodega tem diretora e enóloga mulheres. A sommelier da vinícola, a querida Antonella, nos acompanhou durante toda a viagem.

Essa vinícola é conhecida no Uruguai por ter um vinhedo muito rico em mineral, o que transfere para o sabor dos vinhos. Na visita, como foi a tarde, fizemos uma degustação dos principais vinhos da vinícola e também experimentamos o que chama de vinho sem filtro: direto do tonel.

A vinícola já está na 6ª geração e hoje conta com 7 linhas de vinhos finos. A enóloga Laura Casella que comanda a vinícola faz parte da primeira geração de enólogas mulheres do Uruguai. O vinho Tannat Bella Donna foi um dos que mais gostamos.

É necessário fazer reserva para degustação. Segue no instagram @antiguabodegauy e entre no site.

Dia 2

Marichal Wines

Em Canelones, a vinícola Marichal encanta pela viagem ao tempo. Datada de 1938 já está na 4ª geração e ainda abriga a casa antiga da família, aonde são feitas as degustações e que fica a lojinha da vinícola.

Começaram a importação de seus vinhos em 2004 e foi em  2011 que entraram para o mercado de enoturismo no Uruguai. Claro que o Brasil é o país que mais leva visitantes para vinícola com um total de 70% somente de brasileiros.

A história da vinícola pode ser observada enquanto se caminha pela propriedade. A atual adega antes era uma cozinha e um local pras refeições da família.  Hoje, a adega abriga vinhos de rotulo 2002 até os mais jovens.
Na Marichal Wines fizemos a degustação que contou com empanadas com uma receita familiar e vinhos incríveis, com destaque para o Tannat.

Ao todo eles têm 3 tipos de degustação, com 5 vinhos degustados. Eles também servem almoço mediante reserva de no mínimo 6 pessoas, no qual é servido almoço campestre com parilla, saladas e sobremesa.

É necessário fazer reserva para degustação e almoço.

A degustação de 3 vinhos custa 25 dólares por pessoas, enquanto a de 5 vinhos, 35 dólares por pessoa. É essa degustação que acompanha as empanadas da receita da família.

A experiência de Parrilla Uruguaia que comentamos custa 55 dólares com degustação de vinhos.

Segue no instagram @marichalwines  e entre no site.

Artesana

Depois de 20 minutos da Marichal Wines, chegamos na região Las Brujas aonde fica a vinícola Artesana que tem enóloga e idealizadora mulheres, Valentina e Anália. A vinícola é de propriedade de uma família americana proveniente da Califórnia e, por isso, é a única vinícola do Uruguai que produz vinhos com a uva Zinfandel, tipica da California.

Assim como o nome, todos os vinhos da Artesana são artesanais e conta com 9 rótulos apenas com algumas linhas jovens Tannat, Zinfandel e o Rosé (Chardonnay Petit Mandeng), além dos vinhos reservas.  A vinícola é considerada nova visto que estão no mercado há 6 anos e começou com a idealização deste norte-americano.

Almoçamos na Artesana com o que eles chamam de almoço do campo. O cardápio é todo feito no forno a lenha na área externa da vinícola e servido no restaurante com uma vista incrível para o vinhedo. No almoço destacamos a cebola na brasa com especiárias, ovo caipira no pão e a massa.

É necessário fazer reserva para degustação e almoço. Vale experimentar o menu de 6 passos harmonizado com 5 vinhos que experimentamos. O valor dessa experiência é de 1800 pesos uruguaios por pessoa.

Há também a opção mais econômica com a opção de degustar 3 vinhos e 3 tapas por 1200 pesos uruguaios. Segue no instagram @artesanawinery e entre no site.

De Lucca

A vinícola é bastante rústica e está na 4ª geração. Visitamos adega construída em 1900 e que passou por algumas revitalizações. O Reinaldo é o atual proprietário e, o pai dele, comprou a propriedade em 1945 com um vinhedo de Tannat que tem cerca de 40 anos.

Depois de adquirir a propriedade, a adega familiar é comandada por Reinaldo e os filhos, Agustina e Estefano.  Para visitar a vinícola, além das tradicionais degustações, eles realizam um tipo de evento que fazem churrasco de cordeio a noite com o intuito de compartilhar e apresentar o ecossistema da produção dos vinhos aos visitantes.

É necessário fazer reserva para degustação. Segue no instagram @deluccawines e entre no site.

Dia 3

Família Deicas

Diferente de todas as vinícolas do Uruguai que visitamos, a Família Deicas é uma vinícola mais comercial e deu para fazer um tour bem interessante por todo esse processo de produção em massa de vinhos uruguaios.

A vinícola produz mais de 80 vinhos dentro das linhas de finos, sendo o Don Pascual um dos mais populares e que encontramos fácil no Brasil.  A história da propriedade é de  1745 que construíram a adega e o edifício de Galpão de Pedra. Foi em 1949 que começaram a plantar as vinhas pelo Estado Uruguaio e em 1979 a propriedade foi vendida para Juan Carlos Deicas.

Hoje a Família Deicas possui 307 hectares no Uruguai divididos em 8 propriedades e também em regiões diferentes. Inclusive possuem 10 desses hectares no território argentino.

Fizemos um tour pela produção dos vinhos e o engarrafamento no qual aprendemos que são produzidas 3 milhões de garrafas por ano, sendo que 40% da exportação é do Brasil. Eles recebem muitos Brasileiro na fábrica também que produz 80 mil garrafas por semana e mais ou menos 15 mil garrafas por dia.

Ao passear pelo vinhedo também conhecemos como é feita a colheita. Em meados de fevereiro e março, a colheita manual da Família Deicas conta com cerca de 350 pessoas para a realização de toda a colheita. Que pode durar até 50 dias, dependendo do tempo.

Almoçamos e experimentamos diversos vinhos da Família Deicas, inclusive um branco que ficou 1 ano no carvalho e por 8 anos descansando. Quem comanda a cozinha também faz parte da família, a Chef Mercedes Deicas é formada pela Le Cordon Bleu Paris.

As degustações custam a partir de 30 dólares por pessoa. A mais sofisticada é a Experiência Familia Deicas, com pratos harmonizados pela Chef Mercedes Deicas com os vinhos selecionados. O valor dessa experiência é de 90 dólares por pessoa. Segue no instagram @establecimiento_juanico e entre no site.

Campotinto

Partimos para Carmelo a 3 horas de Canelones e nos hospedamos na vinícola Campotinto. Pense em um local para morrer de amores. Essa é a vinícola e pousada Campotinto que produz 25 mil litros por ano de quatro tipos de vinho, mas que ainda não exporta! Eles fazem somente vendas internas e para turistas que visitam a pousada ou restaurante. Se quiser tomar o melhor Tannat, tem que ir até lá conferir!

O mais gostamos da vinícola é a simplicidade do local mas com ar de luxo. A degustação que fizemos teve duas etapas, primeiro uma recepção ao por do sol com uma mesa linda montada ao ar livre e depois outra interna no casarão antigo da vinícola acompanhando queijos finos e até uma geleia de uva Tannat. Foi lá que provamos o vinho Tannat Ícono, 2017, para mim o melhor da viagem!

O restaurante também serve almoço e jantares com diversos pratos deliciosos como saldas, massas e cortes de carnes.

É necessário fazer reserva para degustação. Segue no instagram @campotinto e entre no site.

Dia 4

Puerto Camacho

Primeira parada do dia foi no Puerto Camacho, um porto privado de Carmelo que faz passeios de barcos. O passeio durou cerca de 25 minutos pelo Rio de La Plata, enquanto fizemos a degustação de vinhos brancos da vinícola Narbona com queijos e frios durante todo o trajeto de barco.

O curioso é que se seguir por esse trajeto pelo Rio La Plata, em menos de 1 hora já chega na cidade de Tigre, na Argentina. Visite o instagram @puertocamacho.

Narbona

A vinícola era propriedade de franceses até 1970, quando foi adquirida pela família Canton, família argentina nos anos 90. Está na primeira geração e hoje é uma das vinícolas com hotel mais famosas do Uruguai. Inclusive seu hotel faz parte do Relais & Châteaux com uma hospedagem de luxo exclusiva.

Passear pela Narbona é um colírio para os olhos. Sua Cava principal possui um total de 80 mil garrafas e tem uma decoração extremamente luxuosa. Além de vinhos finos famosos, a Narbona produz iogurtes, azeites artesanais e massas artesanais.

O restaurante é um charme e tem um clima de fazenda chique e cobram os pratos em dólares. Como opção degustação de queijos, empanadas de carne e cuchillo, provoleta. Além dos pratos principais que são as massas artesanais da própria propriedade como o Ravioles de espinafre e queijo brie ou o macarrão com molho vermelho e ossobuco.

Segue no instagram @narbonawinelodge e entre no site.

Casa Chic

A vinícola Casa Chic é outra preciosidade de Carmelo. Tem 4 hectares de vinhedo e a linha de vinhos finos Buena Vista é a mais queridinha.

Produzem vinhos das uvas savignon blanc, pinot noir e viognir. Além dos tintos com Syrah, Tannat e Cabernet Franc.

Foi em 1999 que se reciclaram e começaram a fazer vinhos finos e hoje contam com um restaurante no porto da Casa Chic bem moderno. Além do hotel Casa Chic com 28 quartos e também 3 suítes especiais localizadas na vinícola. Ao todo são 3 propriedades com localizadas diferentes.

Fizemos uma deliciosa degustação dos principais vinhos da vinícola, além do azeite próprio fabricado por lá e queijos e frios.

Segue no instagram @casachicoficial e entre no site.

H.  Stagnari

Uma das vinícolas mais premiadas do Uruguai a H. Stagnari existe desde 2000 e a tradição do cultivo de uvas para vinho já é uma história de família.

A família Stagnari começou com vinícola na região da Toscana da Itália, até vir para o Brasil na 1ª Guerra Mundial. Hoje quem comanda a vinícola é Hector Stagnari que se formou como enólogo da França e conquistou o prestígio com a vinícola. Hoje a vinícola possui 250 medalhas de ouro pelo seus vinhos e tem hoje 60 rótulos sendo produzido 400 mil garrafas por ano,  40% de Tannat.

Nós jantamos na vinícola no qual tivemos oportunidade de harmonizar alguns vinhos da H. Stagnari com saladas, carnes e chocolate. Provamos prosecco, brancos e os tintos Tannat. Inclusive um Tannat-Tannat muito encorpado e interessante.

Segue no instagram @hstagnari e entre no site.

Nosso roteiro durou 4 dias passando por 3 cidades e fazendo uma boa parte das vinícolas com propostas bem interessantes e distintas. As cidades que passamos foram: Montevidéu, Canelones e Carmelo. Nos hospedamos a maior parte dos dias em Montevidéu e ficamos um dia hospedados na Campotinto, tendo toda imersão a cultura dos vinhos.

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Gostou de nosso roteiro? Deixe seu comentário que tiramos suas dúvidas sobre enoturismo no Uruguai.

O blog Viagens e Rotas viajou para Montevidéu, Canelones e Carmelo, no Uruguai,  a convite da Associação Los Caminos Del Vino. Na viagem passamos pelas vinícolas: Bodega Bouza, Antigua Bodega, Marichal Wines, Artesana Winery, De Lucca Wines, Bodega Família Deicas, Campotinto, Narbona Winelodge, Bodega Casa Chic e Bodega H. Stagnari.

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