Vale do Matutu: paraíso do misticismo e das cachoeiras em Aiuruoca (Minas Gerais)

Sabe aquele local para se conectar com o mundo? Podemos classificar assim o Vale do Matutu na pequena cidade de Aiuruoca, no Sul de Minas Gerais. Matutu, na língua indígena, significa Cabeceira Sagrada e no fundo do vale é que fica a principal cabeceira.

Podemos classificar essa pequena cidade a porta de entrada a um conjunto de vales na Serra da Mantiqueira que se expandem para as cidades de Baependi (com mais de 600 cachoeiras), Alagoa, Itamonte, Passa Quatro, entre outras.

Vale do Matutu | Crédito: Alexandre Martins

A energia do Vale do Matutu já é sentida no momento que a gente chega no local. A ideia é fazer uma imersão a natureza e se desconectar de tudo que não vale a pena.

A mais de mil metros de altitude, Aiuruoca fica aos pés do Pico do Papagaio, uma das principais atrações para montanhistas que visitam a região.

Aiuruoca, um nome difícil que significa “casa do papagaio”, visto que tem uma espécie específica do pássaro que só habita a região. A cidade foi descoberta por colonizadores durante o Ciclo do Ouro e faz parte dos destinos Estrada Real. Vale uma viagem de carro por todas as cidades que abrange a Estrada Real começando por Passa Quatro divisa com São Paulo… Ela segue intensa passando por cidades famosas como São Thomé das Letras, Carrancas, Tiradentes e a própria Ouro Preto, cidade do auge do Ciclo do Ouro.

Mas, por que o Vale do Matutu é tão especial?

O vale fez parte da rota de peregrinação indígena e dizem que é considerado um vale sagrado. Como ele fica num local repleto de natureza quase intocada e com um silêncio característico, essa misticidade é sentida por quem visita o local.

Ele fica a 20km do centro de Aiuruoca por uma estrada de terra e o trajeto de carro leva 50 minutos até a porta de entrada que conta com um casarão datado de 1904.

O curioso é que até os anos 80 o Matutu era isolado com o acesso feito apenas à cavalo. Hoje eles ainda exploram o turismo com cerca cautela

Para ter uma noção poucas cachoeiras ou picos tem placas de acesso com a intenção de deixar o local mais isolado possível das aglomerações turísticas.

O que fazer no Vale do Matutu?

Cachoeira dos Macacos

Cachoeira dos Macacos em Aiuruoca | Crédito: Ana Elisa Teixeira

Um poucos antes de chegar a porta de entrada do Matutu, há um pequeno acesso sem sinalização para a cachoeira dos Macacos.  Basta entrar em uma pequena trilha de duração de 5 minutos e apreciar a queda d’água. Há um poço pra banho também.

Comece pela porta de entrada

Casarão em Aiuruoca | Crédito: Alexandre Martins

A porta de entrada do Vale é o Casarão, construído em 1904, considerado Patrimônio Histórico da cidade devido sua preservação. Ali fica a sede da associação dos moradores e amigos da Matutu, AMA Matutu e é possível tomar um café bem regional com muitos bolos diferentes. O café é servido pela manhã e estende até mais ou menos 17 horas.

Para parar o carro ali é necessário pagar uma taxa de R$15 (não aceitam cartões de crédito ou débito).

Poço das Fadas

Poço das Fadas | Crédito: Alexandre Martins

A atração mais famosa de Aiuruoca e com o mais fácil acesso, o Poço das Fadas fica a 5min a pé do Casarão. O poço é ideal para banho com águas cristalinas e esverdeadas e tem uma pequena queda d’água que dá todo o encantamento ao nome. A paz que sentimos lá é impressionante. (200m do Casarão – Duração: 5 minutos)

Cachoeira do Fundo

A 4km do Casarão, a cachoeira conta com 120 metros de queda e exige uma trilha de aproximadamente 3h ida e volta. No meio do caminho tem a Cachoeira do Meio, a 3km, e com duração de 1h de caminhada. Como tínhamos somente um dia para conhecer o vale, optamos por fazer outra trilha e não conhecemos a Cachoeira do Fundo nem a do Meio. (A 4km do Casarão – Duração: 1h30 até a chegada)

Pico Cabeça do Leão

Crédito: Viagens e Rotas

Fizemos a trilha para o Pico Cabeça do Leão que durou cerca de 2h30 e proporcionada uma vista maravilhosa dos vales. No caso fomos em um ritmo mais lento. Ele fica em frente ao Pico do Papagaio e dá para ver algumas cachoeiras intocadas do vale em meio a montanha. Não é necessário guia, mas não não tem grandes sinalizações durante a trilha. Aconselhamos ir em um grupinho para não ter problemas. (1600 m de altitude – Duração: 2 horas até a chegada)

Almoço no restaurante da Dona Cleide

Almoço no centro de Aiuruoca | Crédito: Alexandre Martins

A gente prefere almoçar em um local caseiro e com um preço mais em conta. Bem no cento próximo a igreja principal e ao Banco Bradesco, tem o restaurante da Dona Cleide. Ele não é sinalizado com o nome, mas quando chegamos na cidade é possível já ver o quadro preto com os pratos do dia.
Almoçamos lá por R$30 para duas pessoas com uma comidinha caseira e deliciosa: Arroz, feijão, vagem, mandioca frita, chicória refogada, angu, salada completa e carne de porco acebolada. Todo dia ela tem um cardápio diferente e ele é muito frequentado por moradores de Aiuruoca.

Como chegar em Aiuruoca?

De carro de São Paulo: 4h30 de viagem até Aiuruoca pela BR-116 e mais 50min até o Matutu. O trajeto via Dutra passa por Passa Quatro, Itanhandu, Pouso Alto, Caxambu, Baependi e então, Aiuruoca. Se preferir há opção de ir pela Fernão Dias e seguir por São Lourenço Caxambu, Baependi e então, Aiuruoca.
De ônibus de São Paulo: viagem até Caxambu pela viação Cometa, depois um ônibus até Aiuruoca que não passa a todo momento e tentar uma carona até o Matutu.

De carro do Rio de Janeiro: são cerca de 6 horas de viagem até Aiuruoca e mais 50min até o Vale do Matutu. Você pode ir pela Dutra entrando em Engenheiro Passos por Itamonte (MG). Outra opção é pegar a Rio-Juiz de Fora, mas o trajeto pode ser maior.
De ônibus do Rio de Janeiro: viagem até Caxambu pela Viação Cidade de Aço e depois um ônibus até Aiuruoca que não passa a todo momento e tentar uma carona até o Matutu.

O ideal é alugar um carro para ir até Aiuruoca devido ao difícil acesso ao Matutu. Compare os preços das principais locadoras e parcele em até 12x sem juros no cartão ou garanta 5% de desconto no boleto à vista pelo nosso parceiro Rentcars.com.

Dicas úteis

  • Leve na mala roupas leves e agasalhos para frio. Independente da estação do ano, a temperatura costuma cair no Vale. Fomos no inverno e a madrugada chegou a bater 0 graus. Pior época do ano pra visitar Aiuruoca é de dezembro a março quando as chuvas são intensas.
  • Leve dinheiro vivo, praticamente nenhum lugar aceita cartão e, os que aceitam, o sinal raramente pega. O único banco que tem é o Bradesco no Centro de Aiuruoca.
  • Sinal de celular e internet não pegam no Matutu. Você vai ser acesso a internet somente no Centro de Aiuruoca.

Procurando hospedagem? Nós ficamos no Camping O Panorâmico que fica no Vale da Pedra, próximo ao Matutu. É de lá que sai a trilha mais curta para o Pico do Papagaio. Confira nossa experiência no acampamento!

O blog Viagens e Rotas fez seu primeiro acampamento em Aiuruoca, Minas Gerais, com apoio da Aluga Trip, Camping O Panorâmico e Bicudo Adventure. Só indicamos o que aprovamos!



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O que levar para comer em acampamento?

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