Quando fiz um pequeno intercâmbio para Nice, na França, tive a opção de escolher me hospedar em alojamentos para estudantes próximos à escola ou ficar em uma homestay (casa de famílias locais).
Escolhi, sem exitar, a homestay por que queria ter uma vivência cultural do dia a dia de uma família francesa. Uma escolha até difícil, para mim, que evito ao máximo me hospedar em casas alheias.
Como a família que me acolheu recebia uma remuneração para acomodar estudantes em sua casa, pensei que seria muito diferente de me hospedar “na camaradagem” e, assim, não ter que passar por fatos que iam me aborrecer em algum momento.
A agência nem sempre sabe como é a casa que o aluno vai ficar
A primeira coisa que a agência faz depois da sua decisão de ficar em uma homestay é enviar um formulário para você preencher suas preferências.
Exigi somente duas coisas: que fosse uma casa que não tivessem fumantes e nem animais (cachorros ou gatos), em razão da minha necessidade de limpeza e da rinite.
Duas semanas antes de embarcar, recebo da agência o apartamento que eu ia ficar com a família: uma senhora com uma filha adolescente e dois gatos.
Em cima da hora, tive que solicitar um apartamento sem gatos, que já tinha pedido no formulário há meses e não fui atendida.
Um errinho inocente, mas ao chegar em Nice e, conhecer mais estrangeiros que foram com agências diferentes e, inclusive famosas em realizar intercâmbios, tiveram muitos problemas com relação aos detalhes da casa.
Tinha uma colega que estava na casa de uma senhora da Bulgária que não falava francês direito, não podia entrar na sala da homestay e a mulher ainda desligava as luzes do quarto dela às 21h. Fora que ela tinha horários para usar o banheiro até para as necessidades básicas. Imagine, você escolhe uma homestay para aprender a vida da família francesa e conhece a cultura da Bulgária…Além de claro, passar por certos constrangimentos.
Teve outro caso de uma amiga brasileira que escolheu ficar em um alojamento próximos à escola, mas na verdade ela levava mais 40 minutos para chagar até a porta da escola a pé. Próximo aonde?
Depois que a agência resolveu o meu problema com os gatos, acabei indo para um apartamento de uma senhora no bairro de Gorbella que ficava a 7 minutos de trem da escola e a 20 minutos a pé. O primeiro dia já foi um baque visto que a senhora não tinha acesso a internet na casa…Nem laptop, nem smartphone e claro, nem Wi fi!
Imagine, século 21, você fazendo um intercâmbio e a agência te coloca em uma casa que não existe computador ou Wifi, só telefone fixo. Para minha sorte a minha host entendeu que isso era um problema e conseguiu o Wifi do vizinho do apartamento debaixo.
Dica de ouro
Para não passar por esses probleminhas com a agência e essa falta de informações sobre as casas, tente entrar em contato com a família antes de chegar no local e verificar as suas necessidades básicas de acordo com suas expectativas.
Não julgue o conceito de família
Não existe modelo familiar que vemos nos comerciais de margarina, aquele casal com seus dois filhos. No meu caso, a família era somente a Marie, uma senhora de 72 anos que vivia sozinha e feliz.
Outra coisa boa, no meu ponto de vista, é que na Europa o conceito de família não é o mesmo da América Latina. Raramente há visita de parentes ou numerosos almoços de domingo, o que te deixa bem a vontade na casa da homestay.
O mais gratificante de estar em uma homestay é ser tratado com simpatia pela host e ter uma troca cultural em vários momentos do dia. Ela tira dúvidas sobre o meu país e meu dia a dia e eu tiro todas as dúvidas do momento que estou vivendo.
Não há erro na hora da comunicação
A host já vai estar acostumada a receber pessoas de outros países e vai se esforçar ao máximo para tentar se comunicar com você. O importante é que você peça tudo o que precisar, até por que ela não vai saber o que é uma necessidade para você.
“Por favor” e “obrigado” são palavras universais que devem ser utilizadas em todos os momentos, para mostrar educação e respeito durante o período que ficará na casa.
O mais incrível é que a agência não avisa se o hóspede sabe a língua ou não e a host se prepara bem para a surpresa.
No caso, a minha host falava somente francês e italiano. Nem uma palavra em inglês. Ela não sabia se eu falava francês e então comprou um dicionário Espanhol/Francês para se comunicar comigo. Outra surpresa, ela não sabia que no Brasil a gente falava português.
Nossa comunicação foi tranquila por que eu falava bem francês, mas o mais legal disso é saber que ela se preocupou com isso antes de me receber.
Deixe a host te agradar e seja sincera se algo te desagradar
A host vai tentar te agradar se você der abertura. Na maioria das vezes ela vai querer fazer coisas do jeito dela para te ajudar de alguma forma.
No começo eu tive uma dificuldade de adaptação porque eu não tinha coragem de falar que eu não gostava de certas coisas, com medo de constrangê-la de alguma forma.
Por exemplo, a minha host tinha costume de tomar sopa quando estava menos de 20º… Não eram caldos gostosos, eram sopas mesmo, aquelas que a gente toma quando está doente. Então, se tínhamos 5 dias de frio, eram 5 dias de sopa. Nesse período, eu meio que passei fome alguns dias até ter abertura para falar para ela: “Não gosto muito de tomar sopa como refeição, será que temos outra coisa?” 🙂
Ela sempre perguntava se tinha algo que eu gostava de comer. Fazia questão de comprar coca-cola, cereais, queijos camembert… Fazia tudo para me agradar.
Como eu avisei que adorava massa, todo dia de entrada ou prato principal, ela preparava uma massa. 🙂
Outra coisa engraçada é que ela fazia questão de me acordar todos os dias para ir para a escola, não queria que eu usasse despertador. Então, para agradá-la eu deixava ela fazer isso.
Ela também fazia questão de arrumar a mesa do meu café da manhã com as coisas que eu gostava e com as geleias que ela mesma fazia…
Respeite horários
Não é sua casa, então é importante avisar a hora que vai sair e a hora que vai voltar ou pelo menos dar uma estimativa.
Use o bom senso para definir o horário adequado para tomar banho, usar a TV ou o rádio e também verifique quais dependências da casa você estará apto a utilizar.
As refeições, normalmente, a host avisa dos horários, no dia que você chega e é bom respeitar esses horários.
Vale a pena ficar em homestay?
Depois da experiência e da despedida fica um vazio muito grande. Afinal, apesar de ser um serviço que você pagou a pessoa te acolhe como se você fosse da família.
Faz de tudo para você se sentir em casa e há uma troca de vivências em todo o momento. Claro, que com a comunicação mútua é mais fácil ter horas de conversa com sua host e participar mais do dia-a-dia.
No meu caso, a minha host comentava das outras hóspedes de outros países que não falavam bem o francês e ela não tinha muito o que conversar.
O importante é que o objetivo é alcançado. Você conhece uma família, seu dia a dia, sua cultura, suas manias e no fim, faz parte dela.
Vai ficar em uma casa de família e quer algumas dicas? Deixe seu comentário abaixo 😉
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Olá! Quais agências de homestay você indica na França?
Oi Leny, fechei com a https://connectionline.com.br/ – Connection Line aqui de São Paulo e eles tinham parceria com a escola France Langue. Foi tranquilo apesar dos pequenos erros.
Soube de ERROS ABSURDOS de agências grandes, como a CI, por exemplo.
Se a comunicação for tranquila não tem erro
Oi Ana.
Obrigada mesmo por este texto.
Senti você e a Marie muito próximas a mim.
Beijos.
Ariane, que bom que gostou. É uma experiência incrível e eu e Marie tamos um contato até hoje. Saudades sempre desses momentos lindos que passamos juntas 😀
Beijo